quinta-feira, 2 de maio de 2019

"Espírito D'Alma" de Paulo Marçalo


13,00 €

Paulo Marçalo, Poeta Marinheiro, […] Escreve desde que se lembra de ter necessidade de dialogar consigo… tão natural como ir em pescarias pelas águas fecundas do mar ou do rio Mondego, partindo do rio Pranto que sente como seu confidente.
A sua escrita é o desfragmentar do Ser – emoção e acção – que se reinventa em cada palavra para se erguer na construção silábica, a Sua.
Uma procura pela luz, como apaziguadora de uma constante procura de si, pelos outros que passam… para escapar a uma massificação que o sufoca, permitindo-se uma Religiosidade latente e uma Liberdade que assenta na Democracia como premissa de Vida.
Como diz o Poeta, o Espírito é o que revelamos ao mundo, a forma como a nossa Alma transparece, sendo esta o ideal de perfeição a que aspiramos, guardando-a em nós, e que acrescento, afirmando que construída por memórias do que somos… tal em Santo Agostinho que da cópula da Vida – ente e mundo – encerramos na memória os afectos, experienciando-os na Alma, numa permanente recordação, em gozo e êxtase, sendo o Espírito a Memória!
Deste coito gozoso feito de vivências, encontros e desencontros, permanência e imanências, evocam estes poemas emoções de alegria ou tristeza, de doçura ou de amargura, ou os seus contrários, pelas quatro perturbações da Alma: o desejo, a alegria, o medo e a tristeza.

[…]

Assim, quando o lemos, a permanência é real porque essas memórias, emoções no quotidiano passado e presente, não se recordam ou revolvem, antes estão! Existem, vivem e revivem em cada palavra, em cada metáfora, em cada alegoria!
E sempre…

           Pela compaixão de enfermos infantes,
           Férreo é o gesto, que refreia horizontes,
           Esculpindo a porfia na pedra do olhar,
           Fecunda tormenta, perene sonhar!…


…esta busca pela ideia original de uma religiosidade que assenta na Fraternidade, rumo à Felicidade a que aspira, qual Homem do Mar que enfrenta a tormenta, desafia a lonjura e ama-o para além, talvez de mim, de nós…

Esta enigmática prática poética que se insurge contra a monotonia e a desordem instalada, contra a injustiça e o esquecimento, é, para mim, inspirada por um dos momentos de amor e cumplicidade de Zeus com Mnemosine, quiçá do qual Erato, musa virgem, aparece neste livro em cuja lira se ouve o eco do Poeta, Espírito, e de cada rosa, da sua coroa, exalam perfumes de memórias, Alma, que nos reclamam.



Do prefácio de J. M. Vieira Duque

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publicados pela Modocromia