terça-feira, 20 de outubro de 2020

O silêncio Perpetua os Espaços

 


Preço: 17,00 €


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Escreve desde que se lembra de ter necessidade de dialogar consigo... tão natural como ir em pescarias pelas águas fecundas do mar ou do rio Mondego, partindo do rio Pranto que sente como seu confidente. A sua escrita é o desfragmentar do Ser — emoção e acção — que se reinventa em cada palavra para se erguer na construção silábica, a Sua. Passado reinterpretado no Caderno Sombras.
Uma procura pela luz, como apaziguadora de uma constante procura de si, pelos outros que passam... para escapar a uma massificação que o sufoca, permitindo-se uma Religiosidade latente e uma Liberdade que assenta na Democracia como premissa de Vida e nesta que pulsa tal quotidiano que se ganha ou perde, que se julga ou refuta, numa dialéctica subtil que dialoga com o leitor, seu confidente. Atitude permanente no Caderno Litanias.
Citando Arthur Rimbaud, “O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos”. Poderemos discutir poesia ou o texto lírico na sua estética, forma, construção, recursos linguísticos... mas aqui e agora importa-me salientar a sua arte de poetizar permitindo exprimir o que o autor possui no interior.
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E, de novo, Rimbaud, “Vamos apreciar sem vertigem o tamanho da minha inocência”. A inocência em Paulo Marçalo, não sei, mas a vertigem... Cuidado!... essa é desregrada, nada equilibrada, doentia talvez (em normalidade pontuando, claro). Mas deliciosa quanto baste! Mas este quanto é desmesuradamente, poeticamente, assustadoramente sem medida!
Paulo Marçalo será isso mesmo, de caneta em riste, a desmedida que nunca naufraga mas que teima numa gestualidade livre que se metamorfoseia em Poesia. 

Do Prefácio de J. M. Vieira Duque



Livros do autor
publicados pela Modocromia