Susana Matos
Este não é um livro para se ler. É um livro. E como objecto tem uma forma simples.
O que contém é no entanto o que importa. Porque um livro que é escrito para ser somente lido tem outra forma. Não esta. A dos contos. O das histórias. O dos significados. É por isso que este é um livro onde se volta. Onde voltaremos várias vezes. Onde iremos, ao longo dos tempos, regressar. E por isso é, em si mesmo, um objecto que tem a mais simples das formas. O das coisas contadas no seu tempo. E para além do seu tempo. No tempo da autora. No nosso tempo. Nas coisas que tecem a memória dos tempos. As histórias.
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(…) E essa é a dimensão rara de um livro. Aquela que nos faz parar o tempo e descansar a alma na procura de histórias que nos ilustrem a vida como se fossem desenhos. E nestas páginas, deste livro, há em cada um dos desenhos criados pela mão de uma sossegada alma inquieta uma perfeição transparente que nos projecta para esses lugares habitados. Ilustrações que nos transportam para essa viagem por fazer. Para esse tempo de cuidado, para a beleza simples e pura das coisas imaginadas. É em cada ilustração que continuamos a ler o que ficou por dizer. Cada uma dando vida, para além da vida das letras e palavras que nos são oferecidas. São imagens mágicas, belas, narrativas complementares que nos fazem ver uma aventura ainda maior, por escrever.
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do prefácio de João Lima