«A Loucura é uma personagem muito presente na literatura, mas também na pintura, na música, nas artes em geral. De formas diversificadas, muitos foram aqueles que, inebriados pela busca do entendimento tentaram - arriscaria, em vão - entender, caracterizar e definir o que é a loucura.
Vítor Costeira aventurou-se, também ele, nesta tentativa de compreensão. a estória que aqui vos surge é contada de uma forma inovadora: é através de uma sequência de poemas que vamos conhecendo o louco que nos apresenta. Cada poema no lugar certo, num crescendo imparável. no início, é pouco mais do que uma não-integração, um ser diferente, único — sou socialmente daltónico. Depois, é a desracionalização, o sem sentido, a sinestesia, as realidades trocadas... Tenho um cacto alto e altivo (…) como irá ele comer as farripas coloridas da comida de peixe. Segue-se a conquista pela loucura, como se de um enamoramento se tratasse. O louco fica cativo, tal qual um amor insano, entre a posse e o abandono - por não haver antídoto ou cura para um amor que não se entende.»Do prefácio de Sandra Ramos